Destaque do período 2T14

Taurus divulga resultados do primeiro semestre

A Taurus divulgou nesta quinta-feira os resultados do primeiro semestre de 2014. A receita líquida consolidada foi de R$ 301,1 milhões, 30,4% inferior aos R$ 432,6 milhões do 1S13. A receita líquida consolidada no 2T14 foi de R$ 132,9 milhões no 2T14. O resultado é consequência, especialmente, de dois fatores: a retração do mercado americano e a reestruturação pela qual a Companhia passa.

A receita líquida do segmento de armas atingiu R$ 218,1 milhões no 1S14, contra R$ 333,2 milhões no 1S13, respondendo por 72,4% da receita líquida (77% no 1S13). A receita líquida do segmento de capacetes ficou em R$ 62,9 milhões no 1S14, quase repetindo os R$ 63,5 milhões do 1S13, ampliando a participação na receita de 14,7% no 1S13 para 20,9% no 1S14. O EBITDA ajustado foi de R$ 12,4 milhões e margem de 4,1% no 1S14, inferior aos R$ 77,1 milhões e margem de 17,8% do 1S13.

Já a receita líquida de exportação no segundo trimestre de 2014 foi de R$ 73,1 milhões, respondendo por 55% no 2T14, contra 65% no 2T13 e 63% no 1T14. O mercado interno atingiu uma receita líquida de R$ 59,9 milhões fica abaixo dos R$ 62,4 milhões do 1T14 e dos R$ 71,9 milhões do 2T13. A receita do segmento de armas atingiu R$ 94,1 milhões no 2T14, participando com 70,8% da receita líquida (74,5% no 2T13 e 73,8% no 1T14). O lucro bruto foi de R$ 26,1 milhões, contra R$ 45,7 milhões do 1T14 e R$ 60,5 milhões do 2T13 e margem bruta de 19,6%. A receita de capacetes foi de R$ 30,3 milhões e de 22,8% da receita líquida total no 2T14 apresentou queda em relação à receita de R$ 33,6 milhões e 16,5% da receita no 2T13 e do montante de R$ 32,6 milhões do 1T14, quando respondeu por 19,4% da receita líquida.

MERCADOS

Houve uma alteração conjuntural significativa no principal mercado da Empresa, o americano, que apresentou uma desaceleração de 23% (1S14 x 1S13) conforme indicadores controlados pelo FBI, acirrando o grau de competição com ofertas agressivas de preços por parte da concorrência, gerando um sobre estoque em distribuidores e clientes, afetando momentaneamente a participação de mercado da Companhia. A retração do consumo no mercado norte–americano explica a queda nas exportações e na participação na receita: 51% no 1S14 contra 66% no 1S13.

Já nos mercados internacionais, que não o norte-americano, temos crescido radicalmente a taxas superiores a 20% (1S14 x 1S13), atuando não só na área civil, mas também na área de Defesa e Segurança. Embora hoje pouco expressivo em volume se comparada a nossa participação no mercado americano, a busca de novos mercados é uma decisão correta para reduzir o grau de dependência futura da Empresa.

A demanda no mercado interno também registrou queda (-4,6%), parte em função da desaceleração da economia que já que se agravou no período e também da incidência do evento Copa do Mundo, que drenou recursos de quase todos os mercados. Há, porém perspectivas promissoras pelo Decreto recente da Presidente Dilma autorizando o porte de armas para agentes prisionais e de trânsito, que poderá representar um novo mercado dentro de segurança pública;

LIQUIDEZ FINANCEIRA

Diversas ações para melhoria da liquidez financeira foram adotadas, como a 3ª emissão de debêntures simples, com o ingresso de R$ 100 milhões no caixa da Companhia e o aumento de capital particular no montante de R$ 67 milhões a ser homologado.

O aumento de capital ainda está sujeito à homologação em AGE, a ser realizada em 20 de agosto, modificará a composição acionária, tendo a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) adquirido participação relevante na subscrição, passando a deter 52,5% do capital votante, conforme Fato Relevante divulgado em 23/07/14;

Contudo, potenciais sinergias não foram discutidas ou sequer mensuradas ainda, em função da notificação da CBC ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (“CADE”), devendo ser aguardada a aprovação do Ato de Concentração ainda em análise pelo órgão.

REESTRUTURAÇÃO

As Despesas Operacionais, por sua vez, tiveram redução de 28,1% no 2T14, sobre o 2T13, face redução de 29,5% nas despesas com vendas (comissões e fretes) e de 24,8% nas administrativas com a redução de mão-de-obra, da remuneração do Conselho e da contratação de consultorias externas.

Outras ações para melhoria operacional também vêm sendo implementadas, visando a busca de maior produtividade e flexibilização para eventuais adequações a flutuação de mercado. Elas englobam diversas frentes. Entre elas, a revisão de processos e de produtos, visando diminuir custos e despesas, medidas por indicadores que mostram redução do quadro de colaboradores e do portfólio de produtos (passando de 5.500 SKUS, produtos, em dez/13 para 800 em jun/14, indo a 400 até dez/14).

Embora o drástico esforço de redução do CPV tenha apresentado uma redução de 25,5%, esta não foi por si só suficiente para compensar a queda na receita, porém indica um ganho de performance a ser consignado quando do retorno dos volumes ao seu patamar tradicional.